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segunda-feira, abril 23, 2007

Raul Roulien: frivolidades


Ator, cantor e diretor teatral e de cinema Raul Roulien, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 8 de outubro de 1905.

Raul Pepe cantava desde a sua infância. Segundo informações conta-se que ele foi ouvido pelo Presidente Rodrigues Alves e por Rui Barbosa. Ao visitar um irmão em Buenos Aires - Argentina-, fora contratado para cantar no Cine Porteño. Ele casou-se duas vezes, sendo seu primeiro casamento foi com a atriz Abgail Maia , e a segunda, Diva Tosca, também atriz que morreu atropelada em Hollywood em 1933. O motorista embriagado, que era nada mais do que Jonh Houston, um desconhecido que futuramente seria  diretor consagrado de cinema nos EUA.



Início
Raul Roulien deu início sua carreira com nome de Raul Pepe, aos 8 anos, era afilhado de Ruy Barbosa, foi homenageado no velório pelo Botafogo, do qual era torcedor apaixonado e pela família imperial, à qual era ligado por ser monarquista. Roulien obteve destaque primeiramente no teatro "ligeiro ", onde começa a despontar como  maior galã brasileiro de sua época. No ano de 1928 formou a companhia Abgail Maia - Raul Roulien tendo sido autor de um gênero denominado "teatro de frivolidade", e introdutor de espetáculos rápidos nos intervalos das sessões de cinema.

Já entre os anos de 1928 a 1930, investiu na carreira de cantor, tendo gravado 9 discos na extinta gravadora Odeon. Ele era o autor de quase todas as músicas, e no repertório, tangos como 'Tu amor y un ranchito' e 'Adiós mis farras'. Os tangos foram gravados também por Francisco Alves, com grande sucesso. No ano de 1929, ainda na Odeon, o fox-trot 'Miss St. Paul', parceria com Mark Hermanns, o fox-romanza 'Juventud', o samba ''Felicidade'', a valsa 'Nunca' e o tango 'Ave noturna' e, na Parlophon, gravou os tangos Mala yerba e Bibelot, igualmente de sua autoria.

Gostava de fox-trote

Em 1930, gravou mais fox-trot 'Saudade má', de sua autoria com arranjos de Mark Hermans e a valsa 'Tua', também sua autoria. Além de ator, foi diretor de teatro e cinema. Em 1931, viajou para Nova Iorque, e conseguiu um contrato na Fox Filmes. Estreou na versão em espanhol de 'Eram 13'. Entre os anos  1931 e 1934, atuou em uma série de filmes nos Estados Unidos, entre os quais 'Delicious', dirigido por David Butler, no qual interpretava um compositor russo, e cantava Delicious dos irmãos Gershwin.  Já em 1932 trabalhou nos filmes ''Painted Woman" da Fox, e em 1933 em 'No dejes la puerta abierta' e 'It's great to be alive'. O filme mais conhecido de sua filmografia 'Flying down to Rio' onde atuou ao lado de Ginger Rogers e Fred Astaire, e cantava 'Orchids in the moonlight'.

Naquele mesmo ano, publicou o livro 'A verdadeira Hollywood'. Como cantor, mudara para a gravadora Victor, em 1933, gravou duas canções que se tornaram clássicas: 'Favela e Guacyra', de Hekel Tavares e Joraci Camargo. Neste mesmo ano lançou os fox-trotes de Irvin Berlin com versões suas: 'Mente por favor' e 'Se eu perdesse'. Em 1934, atuou em 'The world moves on', filme dirigido por John Ford.

Retorno ao Brasil

De volta ao Brasil, dirigiu o filme 'Grito da mocidade', em 1937, no qual participou, também como ator. Em 1938, a Companhia Teatral de Raul Roulien encenou a peça 'Malibu', de Henrique Pongetti, da qual participava a cantora Elisa Coelho. No ano de 1939, produziu e dirigiu 'Aves sem ninho', e 10 anos mais tarde, foi diretor e argumentista de 'Asas do Brasil'.

Com atividades bastante diversificadas, atuou como apresentador de programas de televisão, repórter de jornais brasileiros e estrangeiros, promotor do concurso de Miss São Paulo, para os Diários Associados, que perdurou por muitos anos. Abandonou o cinema em 1950. Tentou retornar  a esta atividade em 1984, idealizando um documentário sobre a vida do sanitarista Osvaldo Cruz. Em 1995, vitimado por um derrame cerebral afastou-se definitivamente da carreira artística. Roulien  faleceu em São Paulo em 8 de setembro de 2000, aos 98 anos. Fonte: Francisco Martins)

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