Ela ganhou todos os títulos elogiosos que a 'Boca do Lixo' poderia dar: musa da pornochanchada; rainha da Boca do Lixo entre outros.
Nascida Helena Benedita Ramos, na fazenda da Água Branca em 10 de março de 1955, Cerqueira César, interior paulista, tornou-se o símbolo do cinema erótico paulista entre os anos 1970/80. No início de carreira chamaram-na de ' pornô chic', e curiosamente teve uma carreira curta que durou apenas dez anos, 1974 a 1984. Helena Ramos é a caçula de cinco irmãos [quatro irmãs e um irmão], teve uma infância muito difícil. Seus pais se separaram muito cedo e ela foi enviada aos oito anos para um colégio de freiras em Campo de Jordão, o Colégio Chateaubriand, onde ficou por dois anos.
Mudou-se para capital paulista aos 13 anos e passou a trabalhar como balconista de uma farmácia, e depois, em uma fábrica de cristais chegando a ser lapidadora. Sua sorte mudaria em 1971 quando foi contratada como tele-moça do programa Sílvio Santos, ficando lá por três anos. Sua discreta carreira ao lado de Abravanel seria interrompida nascia, então, Helena Ramos, a rainha do pornô chic para o Brasil, em 1974. Foi o diretor Roberto Mauro quem a lançou no filme 'As Cangaceiras Eróticas'. Muito católica, ela recusou o convite ao ler o script. Porém, o diretor lhe garantiu que ela não apareceria inteiramente sem roupas.
Ela chegou abandonar o filme mediante insistência do diretor para que ficasse nua em cena. Depois concordou em ficar nua sem expor a nudez. Até 1979 Helena pouca coisa de seu corpo mostraria ao público. Já a partir de 1980 ela teve maiores chances como atriz e faria jus aos títulos recebidos na Boca do Lixo. Atuou em vários filmes, mas o de maior repercussão foi Mulher, Mulher, de Jean Garrett, onde interpreta uma mulher sexualmente insatisfeita, onde montava um cavalo árabe puro-sangue, estando ela com o corpo todo besuntado de hortelã.
Virgem dos lábios de mel
Outra personagem intrigante e ousada de Helena Ramos foi Patty, Mulher Proibida, de Luiz Gonzaga dos Santos. Na seqüência filmou com Fauzi Mansur, O Inseto do Amor. Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel, de Carlos Coimbra, é um outro clássico na sua filmografia, e tem inspiração no livro de José de Alencar.
Em 1980 sua carreira ganhava outros rumos. Apesar de continuar a freqüentar a Boca do Lixo, recebeu convites para filmar com diretores mais conceituados no Brasil. Mas, Helena tinha uma voz infantil, algo que não conseguia mudar, então, ela resolveu investir na formação de atriz: estudou expressão corporal, balé. Recebeu convite de Walter Hugo Khoury para estrela Convite ao Prazer, e se saiu muito bem. O novelista global Sílvio de Abreu dirigiu Helana Ramos em seu maior sucesso de crítica e público, Mulher Objeto. Com direção de Antônio Calmon, fez Mulher Sensual. Contracenou com Armando Bogus em Por um Corpo de Mulher, com direção de Hércules Breseghelo, onde interpreta uma lésbica. Com o fim da censura as cenas ficariam mais ousadas, mas ela não fez tantos filmes nesse período: Intimidades de Analu, 'Fernanda' ambos dirigidos por Fauzi Mansur, e Volúpia de Mulher, dirigido por Darcy Cardoso [David Cardoso]. Volta-se para a TV e atua em Guerra dos Sexos, onde interpretou a secretária Luciene, de Sílvio de Abreu e Sassaricando, todas na TV Globo. Trabalhou no SBT em 1984, fez duas peças de teatro. Em novembro de 1984 Helena Ramos abandonaria a carreira.
Outros filmes
Mulheres Violentados, 1977, Dezenove Mulheres e um Homem; O Mulherengo; O Bem-Dotado; O Homem de Luz; Roberta, a moderna gueixa do sexo; Noite em Chamas e Mulher, Mulher.
1979 - Os Galhos do Casamento; A Noite dos duros; Iracema, a virgem dos lábios de mel; Diário de uma Prostituta. O Convite ao Prazer [1980], As intimidades de Analu; Palácio de Vênus.
Me Deixa de Quatro [1981], Violência da Carne; O Seqüestro. 1983 - Corpo e Alma de uma Mulher. (Francisco Martins).
2 comentários:
Para mim, a mais deliciosa atriz brasileira. Por onde ela anda e como está?
Olá William Moraes, obrigado pelo acesso. Então, a Helena está bem, tem vários projetos sociais em prática. Valeu.
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