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terça-feira, agosto 09, 2011

Cruz, Osmar Rodrigues - diretor de teatro

Osmar Rodrigues Cruz é um verdadeiro ovo de Colombo do tetaro brasleiro. Foi considerado o maior encenador do estado de São Paulo. Sabia escolher e orientar seus atores. Feliz daleque que passou por suas mãos. Eva Wilma, Natália Thimberg e Luiz Lugado tiveram esta honra.


Osmar Rodrigues Cruz, Fernando Peixoto e Gean Francisco Guarnieri
 


Osmar Rodrigues Cruz nasceu em São Paulo SP, em  1924 e faleceu na capital em  2007.

Diretor eclético,  dirige o Teatro Popular do Sesi por cerca de trinta anos, sobressaindo pelo uso apurado das convenções cênicas. Em suas encenações elegia, sobretudo, um repertório captado  entre os clássicos nacionais e estrangeiros.

Luiz Lugado em "Almas do Outro Mundo"
Osmar foi levado pelo pai desde a infância ao teatro,  e começa fazendo teatro amador no Centro Acadêmico Horácio Berlinck, da Faculdade de Ciências Econômicas, na qual se forma em 1947. O texto mais importante por ele dirigido com os amadores é Os Espectros, de Henrik Ibsen, em 1947, "Rosas de Nossa Senhora ", 1949 (com o ator Luiz Lugado e Maria Montefusco, no teatro Colombo, Brás-SP). Entre 1949 e 1950 assina, no Jornal Comércio e Indústria, uma coluna dedicada à crítica teatral. Com o advento da televisão, é convidado a produzir um teleteatro semanal na TV Tupi, ao mesmo tempo que inicia a formação de um grupo amador ligado ao Grêmio da Caixa Econômica Federal, onde dirige 'O Badejo', de Artur Azevedo, estreando em 1953, e, no ano seguinte, As Guerras do Alecrim e da Manjerona, de Antônio José da Silva, o Judeu.

Prestou concurso para "ensaiador" de um grupo amador das indústrias Rhodia, em Santo André, sendo  admitido no cargo e ali movimenta, nos anos seguintes, diversas turmas de operários em montagens simples mas eficientes, que despertam a curiosidade do público. Fundou o Teatro Experimental do Sesi, TE-Sesi, com o qual realiza 'A Torre em Concurso', de Joaquim Manuel de Macedo, em 1959; O Fazedor de Chuva, de Richard Nash, em 1960; A Pequena da Província, de Clifford Odetts, no mesmo ano; A Beata Maria do Egito, de Rachel de Queiroz, em 1961, e Loucuras de Verão, também de Richard Nash, em 1962.
Inspirado nas idéias de Jean Villar, implementadas no Théâtre National Populaire, TNP, que ressuscita na França o espírito do teatro popular pleiteado por Romain Rolland no começo do século, Osmar capitaneia a iniciativa e faz estrear o novo conjunto em 1963, com Cidade Assassinada, de Antônio Callado quase no fim do ano.  A partir de então, é o cabeça de todo o empreendimento, até sua aposentadoria em 1989.

Pelo Sesi trabalaharaia em 'Noites Brancas', de Dostoievski, e Caprichos do Amor e do Acaso, de Marivaux, em 1964; A Sapateira Prodigiosa, de Federico García Lorca, em 1965; O Avarento, de Molière, e Manhãs de Sol, de Oduvaldo Vianna, em 1966; e O Milagre de Annie Sullivan, em 1967, o maior trunfo da companhia até então, com uma carreira coroada de sucesso por dois anos.
Em 1969, é encenado Intriga e Amor, de Schilller; seguindo-se Memórias de Um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, em 1970; Senhora, de José de Alencar, em 1971; e Um Grito de Liberdade, de Sérgio Viotti, destinado às comemorações do Sesquicentenário da Independência, em 1972. No ano seguinte, são montados Caiu o Ministério, de França Júnior, e Médico à Força, de Molière, com o conjunto volante da companhia, destinado a percorrer cidades do interior, em 1974. No mesmo ano, a atração na capital é Leonor de Mendonça, de Gonçalves Dias; enquanto O Noviço, de Martins Pena, ocupa o ano de 1976.

Num período em que Plínio Marcos encontra-se com seu repertório totalmente proibido, Osmar encomenda-lhe um musical sobre Noel Rosa, fazendo estrear O Poeta da Vila e Seus Amores, em 1977, sendo premiado com o Molière de melhor direção; primeiro de uma série de musicais que se seguem, sempre com profundo agrado das platéias, numa nova fase do Sesi, pela primeira vez com uma casa de espetáculos própria, sediada no edifício da Fiesp da Av. Paulista.

No ano de  1979, montou A Falecida, ( Nelson Rodrigues), com cenografia de Flávio Império, realização coroada de êxito. O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz, é a atração de 1981; enquanto o musical Chiquinha Gonzaga, Ó Abre Alas, de Maria Adelaide Amaral, conhece a aventura do palco em 1983. Dois anos após, outro musical de sucesso: O Rei do Riso, de Luís Alberto de Abreu, sobre a vida do grande comediante Vasquez, rei dos palcos na década de 1930.

Já em 1987, Osmar dirige Feitiço, de Oduvaldo Vianna, e no ano seguinte, Onde Canta o Sabiá, de Gastão Tojeiro, até encerrar suas atividades com Confusão na Cidade, de Carlo Goldoni, montado em 1989. O TPS, muda de rumo, e diretores avulsos são contratados para as direções. Osmar encena, ainda, quase uma dúzia de outros espetáculos, destinados ao conjunto volante. Fora do TPS, dirige Dois na Gangorra, de William Gibson, com Lilian Lemmertz e Juca de Oliveira, em 1968; A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, com Marília Pêra à frente do elenco, também em 1968; Pequenos Assassinatos, de Jules Feiffer, destacando Eva Wilma como protagonista, em 1972; e Os Amantes de Viorne, com Nathália Timberg, em 1972. (Francisco Martins).
Mais sobre Luiz Lugado: http://agenciafm.blogspot.com/2011/04/luiz-lugado-ator.html

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