Assim como os atores e atrizes brasileiros ocasionalmente recebem uma ordem do Cruzeiro do Sul, ou um Saci, os grandes atores e atrizes britânicos ganham títulos e honrarias numa das duas ou três fartas distribuições realizadas anualmente.
O primeiro ator a ser feito Cavaleiro do Reino, foi Henry Irving, em 1895. Com ele começou também a tradição não escrita, mas decorada como uma fala de teatro ou cinema, de jamais, nunca, em hipótese alguma usar o título como chamariz ou distinção na porta do teatro, no programa, no cartaz ou nos créditos de um filme.
O sublime ator Laurence Olivier foi feito, primeiro, Cavaleiro e, depois, Par do Reino, ou seja, primeiro Sir e depois Lord. Nunca usou para fins artísticos os títulos, nem mesmo nos comerciais da câmara Polaroid, exibidos apenas no Japão. Ele era, antes e depois de tudo, ator.
Enfileiremos outros Sirs, somente para dar uma conferida: Ralph Richardson, Michael Redgrave, Alec Guinness, Michael Caine, Anthony Hopkins, Ian McKellen, Sean Connery. E o equivalente feminino? As Dames daquele que foi o Império Britânico? Pois não: Judi Dench, Maggie Smith, Helen Mirren, Diana Rigg. Botando para quebrar, vamos aos roqueiros (quase que eu escrevo “músicos”): Bob Geldof, Paul McCartney, Mick “Copacabana” Jagger.
Krishna Bhanji? Krishna Bhanji faz questão de ser chamado de Sir em tudo que faz 24 horas por dia. Mas quem é Krishna Bhanji? Krishna Bhanji é aquele cidadão britânico que adotou o nome artístico Ben Kingsley e ganhou projeção mundial no papel de Gandhi, do – hoje Lord – Richard Attenborough. Sir Ben Kingsley exige o título nos anúncios, cartazes e créditos dos filmes em que atua. Não se importar de aparecer em cartazes ao lado de plebeus do porte de Bruce Willis e Morgan Freeman.
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