Sua busca pela perfeição e a disciplina dos atores dá ao diretor a fama de durão, exigente ao extremo.
O corpo de Antunes Filho será cremado em uma cerimônia fechada na Vila Alpina, Zona Leste de São Paulo. Antunes Filho foi internado no Hospital Sírio-Libanês, região central de São Paulo, no último dia 22, após sentir um mal-estar e faleceu dia 2 de maio. Depois de passar por exames, o diretor descobriu estar com câncer de pulmão em estágio avançado.
Antunes nasceu em São Paulo, em 12 de dezembro de 1929, no tradicional bairro do Bixiga. Na juventude, chegou a entrar na Faculdade de Direito da USP, mas desistiu do curso para estudar artes dramáticas.
O diretor fez parte da primeira geração de encenadores brasileiros dissidentes do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), onde começou como assistente de direção em 1952. Lá, trabalhou com estrangeiros decisivos que influenciaram sua geração: Zibgniew Ziembinski, Adolfo Celi, Luciano Salce, Ruggero Jacobbi e Flaminio Bollini.
O começo de carreira
Sua estreia no no teatro foi em 1953 com a peça Week-end, de Noel Coward. Em 1958, fundou a companhia Pequeno Teatro de Comédia e dirigiu o espetáculo “O Diário de Anne Frank”, ganhando prêmios da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e da Associação Carioca de Críticos Teatrais (ACCT). Ficou na companhia até o início dos anos 1960, quando voltou ao TBC.
Em meados dos anos 1960, Antunes Filho encenou sua primeira peça de Nelson Rodrigues, “A falecida”. Mas é com a sua versão de “Macunaíma”, em 1978, que sua carreira como diretor ganha o maior prestígio.
Vários atores e artistas passaram pela supervisão de Antunes. Ele influenciou nomes como Luís Melo, Giulia Gam, Alessandra Negrini, Camila Morgado, Renata Jesion, Ondina Clais Castilho, Laura Cardoso, Eva Wilma, Raul Cortez, Cacá Carvalho, Stênio Garcia, Denise Stoklos, Marco Braz, Samir Yazbek, Lee Taylor, Bete Coelho e Roberto Alvim.
A última montagem de Filho no teatro foi a peça “Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse”, texto do francês Jean-Luc, apresentada no Sesc.
Destaques e prestígio
Ganhou destaque e prestígio como diretor teatral ao montar "Macunaíma", baseado na obra de Mário de Andrade, em 1978. Criou o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), escola de formação e grupo teatral por onde passaram importantes nomes do teatro nacional. Integrou o Teatro Brasileiro de Comédia entre os anos 50 e 60. Fundou a companhia Pequeno Teatro de Comédia na década de 1950, produziu e dirigiu o filme "Compasso de espera", em 1973, sobre o racismo. Montou obras de Nelson Rodrigues e William Shakespeare Os primeiros anos no teatro.
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