Páginas

quarta-feira, setembro 21, 2011

Henriette Roulleau

No meio teatral ela era a Madame Morineau. Nascida Henriette Roulleau (1908-1990), na pequena Niort, distante 400 quilômetros de Paris, tornou-se Morineau no instante em que sua vida deu uma guinada definitiva.


Ela desembarcou no Brasil, 1931, no Rio de Janeiro, onde a esperava o noivo francês que aqui vivia, encontrou-o com um buquê de flores na mão e a promessa de um casamento feliz. Henriette narra a cena com ironia e amargura.

Henriette descobriu o teatro clássico ainda nos tempos de escola, decorando com avidez trechos de tragédias que nunca tinha visto montadas. Rememorando a censura que recebeu de uma professora, que considerava excessiva sua empolgação ao declamar as imprecações de Camille em Horace, de Corneille.

A carreira foi iniciada na companhia liderada por Henry Mayer, quando Henriette era ainda estudante, e interrompida após sua chegada ao Brasil, seria retomada aos poucos a partir de 1939, ao organizar um curso de interpretação da Academia Brasileira de Imprensa, em francês.

No ano 1942, toma parte na excursão pela América do Sul da companhia de Louis Jouvet. Dois anos depois, quando começa a trabalhar na companhia de Bibi Ferreira, representa pela primeira vez um papel em português em Presa por Amor.

Em 1946, funda Os Artistas Unidos, tornando-se também empresária. Na companhia, referência de qualidade e profissionalismo, leva aos palcos textos clássicos e modernos. Naquele ano, recebe o Prêmio da Associação Brasileira de Críticos Teatrais por sua interpretação em Frenesi, de Charles de Peyret-Chappuis.

No anao de 1948, inaugura o Teatro Brasileiro de Comédia – TBC –, em São Paulo, com A Voz Humana, monólogo de Jean Cocteau. Permaneceu à frente dos Artistas Unidos durante 14 anos, com uma breve interrupção em 1955, quando vai trabalhar com Eva Todor.

Ao retornar, no ano seguinte, atua em Chéri, de Colette, que considera o maior sucesso de sua carreira. Em sua companhia, Morineau ajudou a lapidar o talento de atores como Fernanda Montenegro, Beatriz Segall e Jardel Filho. Nas décadas seguintes, trabalharia no Teatro dos Sete e no Teatro Oficina, com José Celso Martinez Corrêa. Entre 1963 e 1971.

Nenhum comentário: